UC Berkeley Press Release

Algumas notas sobre a Estimulação Magnética Transcraniana (EMT)

Adalberto Tripicchio [ adalbertotripicchio ]

9/12/07

 

Resumo


Este artigo descreve o surgimento da Estimulação Magnética Transcraniana ( EMT ) desde os primórdios do uso do campo magnético em seres vivos, como instrumento de pesquisa e método terapêutico, até o estágio atual, com as principais indicações na psiquiatria e considerações sobre o seu uso.


Introdução

O que é Estimulação Magnética Transcraniana (EMT)?

Consiste em uma técnica que utiliza um aparelho capaz de produzir um campo eletromagnético, usualmente da ordem de 2 tesla (40.000 vezes o campo magnético da terra, sendo aproximadamente da mesma intensidade do campo magnético estático produzido por um aparelho de ressonância magnética), o qual é conduzido através de uma bobina que entra em contato com o couro cabeludo do indivíduo.

Esse campo eletromagnético atravessa o crânio estimulando uma área cortical próxima, através da indução de cargas elétricas no parênquima cerebral (indução eletromagnética, Lei de Faraday). A princípio trata-se de uma forma de estimulação elétrica sem eletrodos, não havendo necessidade de craniotomia (trepanação).

A EMT pode possuir pulsos únicos ou repetitivos (EMTr). Em relação ao número de pulsos repetitivos por unidade de tempo, existem dois tipos de EMT:
(1) baixa freqüência (igual ou menor a 1Hz), e

(2) alta freqüência (> 1Hz), com efeitos diversos.

Desenvolvimento

O uso da estimula­ção magnética de alta freqüência aumenta o fluxo sangüíneo cerebral na área, medido através de Positron Emission Tomography ( PET ), com conseqüente aumento da atividade cerebral. A estimulação de baixa freqüência, por outro lado, diminui a atividade cerebral.

Atualmente, a EMT vem sendo utilizada em diversos estu­dos como medida terapêutica em várias patologias psicopatológicas e neurológicas, sendo considerada um novo modelo terapêutico, bastante promissor.

 

História e Evolução

Para entendermos os primeiros estudos com EMT, é inte­ressante conhecer o contexto em que eles estavam inseridos. No final do século XIX e início do XX o mundo passava por grandes transformações, a industrialização era forte e algumas fontes de energia surgiam de forma bastante inovadora, estan­do cada vez mais presentes no cotidiano.


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Tabela - Principais indicações terapêuticas da EMT

Condições psicopatológicas

Depressão

Mania

Transtorno obsessivo-compulsivo

Esquizofrenia

Transtorno de estresse pós-traumático

Condições neurológicas

Epilepsia

Doença de Parkinson

Cãimbra do escrivão ( writer's cramp )


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Em 1880, Thomas Alva Edson apresenta a primeira lâmpada incandescente com corrente elétrica contínua. A energia elétrica nos centros urba­nos parecia revolucionar alguns hábitos, o que gerava grande satisfação, mas também apreensão.

Como ocorre hoje em dia, com preocupações acerca de campos magnéticos emitidos por celulares e antenas de transmissão, naquela época a sociedade tinha grande temor em relação aos possíveis efeitos nocivos à saúde das pessoas que estavam expostas aos campos magnéticos gerados pelas redes de produção e transmissão de energia elétrica.

Então, inicialmente, entre outras coisas, realizavam-se estudos pelos quais sujeitos voluntários eram colocados com a cabeça dentro de grandes bobinas para se avaliarem possíveis efeitos deletérios do campo magnético.

O primeiro pesquisador dos efeitos do eletromagnetis­mo sobre o Sistema Nervoso Central foi o físico e médico D'Arsonval. Em 1896, no final de um trabalho, intitulado "Aparelho para medir correntes alternadas de todas as freqüên­cias", ele escreveu: "Através de uma comunicação verbal, feita há mais ou menos um mês à sociedade, eu anunciei que um campo magnético alternante com intensidade de 110 volts, 30 ampères e freqüência de 30 ciclos por segundo (Hz) produz, quando se coloca a cabeça dentro da bobina, fosfenos (sensação de luz cintilante) e ver­tigem, e em algumas pessoas, síncope (desmaio)".

Não se sabe por que D'Arsonval conduziu esse experimento (D'Arsonval, 1896). Ele é lembrado por haver desenvolvido o galvanômetro com Deprez em 1882. Com Bernard, ele usou um termoacoplador para demonstrar que o sangue venoso é mais quente que o arterial (Brasil-Neto, 1996).

Provavelmente por ter sido escrito em francês, o trabalho de D'Arsonval não foi lido por muitos. Sem saber da existên­cia desse trabalho, Beer (1902) relatou uma sensação de luz cintilante produzida por um campo magnético aplicado à cabeça.

Sylvanus P. Thompson (1910), também desconhecendo o trabalho de D'Arsonval, construiu uma grande bobina de 32 espiras (com nove polegadas de diâmetro e oito de comprimento) e aplicou 800A de corrente a ela. O sujeito voluntário colocava sua cabeça na bobina e relatava a percepção de uma iluminação tênue e inconstante, sem cor ou de coloração avermelhada, sendo mais brilhante nos campos periféricos. O efeito poderia ser per­cebido com os olhos abertos e à luz do dia. Alguns voluntários relataram uma estranha sensação de paladar.

Knight Dunlap (1911) não estava convencido de que o experimento de Thompson era válido. Esse autor achava que tal fenômeno era de natureza psicológica, então decidiu realizar um experimento com um protocolo mais completo, comparando a descarga da bobina com uma descarga controle, aplicada sobre uma resistência.

Todos os voluntários submetidos à estimulação real relataram uma sensação de luminosidade. Nenhum dos indivíduos submetidos à estimulação falsa ( sham ) apresentou esta sensação. Quando a freqüência da corrente era de 25Hz, os voluntários relataram que todo o campo visual era iluminado.

Magnusson e Stevens (1911-1912, 1914) construíram duas bobinas com sessões transversas elípticas. Elas podiam ser utilizadas individualmente ou agregadas coaxialmente. Correntes diretas e alternadas foram passadas através das bobinas em torno da cabeça dos voluntários. De modo nada surpreendente, nenhuma sensação foi percebida quando se passava corrente direta, entretanto, quando esta era iniciada ou desligada, sensações eram experimentadas. Com corrente alternada aplicada ao redor da cabeça, a freqüência de pisca­mento da imagem parecia seguir a freqüência da corrente, sendo mais brilhante a 20-30Hz.

Mais de três décadas se passaram antes que a pesquisa com EMT fosse reiniciada. Nessa época já se sabia que sensações visuais podiam ser produzidas por estimulação da retina, do nervo óptico e do córtex occipital.

Walsh (1946) realizou um experimento com uma bobina com cerne de ferro, posicionada adjacente ao olho, e a ener­gizou com uma corrente alternada, com freqüência variando de 5 a 90Hz. Com um fluxo constante de corrente alternada, a sensação visual desapareceu em poucos segundos. Isto aconteceu mais rapidamente quando a freqüência era alta e a intensidade baixa. A sensação visual poderia ser prolongada movendo os olhos. Em geral, a recuperação ocorria em menos de um minuto. Barlow & cols. (1947) ampliaram as observações de Walsh demonstrando que quando a corrente aumentava, a luminosidade ocupava áreas maiores do campo visual.

Kolin & cols. (1959), desejando demonstrar que um campo magnético alternante poderia estimular nervos, construíram uma bobina de estimulação circundando uma barra magneticamente permeável. Eles isolaram o pólo de seu eletromagneto com um plástico. Obtiveram uma prepa­ração dos nervos ciático e gastrocnêmio de rã, enrolando o primeiro ao redor do pólo isolado. Uma intensa contração do músculo gastrocnêmio foi obtida com corrente de 60 a 1000Hz aplicada à bobina.

Para completar a investigação, mergulharam a preparação nervo-músculo em uma placa de Petri cheia de salina. A placa foi colocada sobre o pólo magnético e uma corrente alternada foi aplicada à bobina, resultando em contração tetânica. Esse experimento forneceu provas conclusivas de que o campo magnético pode induzir corrente suficiente em um volume condutor para estimular um nervo motor.

A era moderna da estimulação magnética ( EM ) foi inau­gurada por Bickford & cols. (1965), os quais foram capazes de provocar contrações do músculo esquelético em rãs, coelhos e voluntários humanos utilizando um campo magnético em pulsos. Nos seis voluntários humanos, contrações musculares foram obtidas nos músculos inervados pelos nervos ulnar, peroneiro e ciático. A duração do pulso era de aproximada­mente 300 microssegundos e a intensidade do pulso era de 20.000 a 30.000G.

Em 12 de fevereiro de 1985, Anthony Barker , chefe de um departamento em Sheffield (Inglaterra) e Reza Jalinous, então estudante de graduação, pesquisavam o uso da esti­mulação magnética periférica por ser menos dolorosa do que a elétrica.

Não se sabe bem por que eles demonstraram, aplicando uma estimulação magnética em Merton, pesqui­sador do Hospital for Mental Diseases, de Londres, que era possível estimular o córtex motor humano sem causar dor ou desconforto.

Eles posicionaram uma bobina sobre o escalpo suprajacente ao córtex motor e registraram potenciais de ação sobre o abdutor do dedo mínimo contralateral (do outro lado). Essa demonstração causou considerável interesse científico, e os primeiros estimuladores desenhados para uso clínico de rotina foram construídos na Universidade de Sheffield para cinco grupos, do Reino Unido e dos USA, que desejavam avaliar a técnica.

No início dos anos 1990, apenas um grupo nos USA e outro na Inglaterra estudavam tal técnica. Naquela época, entre outras coisas, pesquisava-se o risco de se provocar uma convulsão com EMT. Pascual-Leone e Brasil-Neto, em 1992, publicaram um artigo em que descreveram uma crise convul­siva tônico-clônica generalizada (tipo grande mal epilético, que a gente vê nas ruas) em um voluntário sadio que recebia EMT de alta freqüência. Hoje se sabe de poucos casos, e sempre relacionados à EMT de alta freqüência. A de baixa freqüência está sendo estudada pata tratamento de epi­lepsia refratária no serviço do Hospital Universitário de Brasília desde 2002. As diretrizes de segurança vêm sendo bastante estudadas e estabelecidas (Wassermann, 1998).

O primeiro estudo com EMT aplicada na depressão foi em 1993 por Höflich & cols. (1995), no qual se descrevem resultados pobres em dois pacientes resistentes às drogas; porém, nesse estudo, foi utilizada uma estimulação de 0,3Hz aplicada sobre o vértex e, por isso, ambos os córtices eram estimulados.

Em 1995, Kolbinger & cols., estudaram 15 pacientes com depressão maior e relataram que aqueles que receberam 250 estímulos sobre o vértex com intensidade abaixo do limiar motor, durante cinco dias consecutivos, apresentaram melhora nos seus sintomas depressivos.

Os primeiros pesquisadores a utilizar EMT aplicada sobre um dos córtices apenas foram George & cols., em 1995. Nesse estudo, eles mostraram que a estimulação de alta freqüência sobre o córtex pré-frontal esquerdo melhorava os sintomas depressivos em seis pacientes resistentes à terapêutica com medicações e, o mais importante, em um desses pacientes os efeitos clínicos da EMT estavam associados com a normaliza­ção do hipometabolismo pré-frontal como demonstrado pelo PETscan (tomografia por emissão de pósitrons).

Em 1996, Pascual-Leone um dos pioneiros a trabalhar com EMT, publicou um importante artigo no Lancet , sendo o primeiro a desenhar um estudo randomizado, controlado com placebo, em 17 pacientes, demonstrando melhora signi­ficativa das pontuações pela escala de Hamilton e inventário de Beck.

Um estudo (Grunhaus L. & cols., 2003) compara os resultados da EMT com a eletroconvulsoterapia (ECT) em pacientes com depressão sem sintomas psicóticos, mostrando a eficácia semelhante entre os dois métodos.

Atualmente, dezenas de ensaios clínicos com EMT e de­pressão já foram publicados, inclusive no Brasil (Brasil-Neto JP & cols., 2003). Destacamos o trabalho de nosso colega Marco Antonio Marcolin, que vem se dedicando ao estudo e à aplicação da EMT de repetição em nossa Cidade de São Paulo, especialmente nos estados depressivos. Trata-se de uma iniciativa pioneira e promissora em nosso meio.

Greenberg, em 1997, demonstrou uma significativa melho­ra no ímpeto compulsivo por oito horas após a estimulação do córtex pré-frontal lateral direito, em pacientes com Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC).

Em relação ao uso da EMT na esquizofrenia, Feisond, em 1988, demonstrou melhora apenas nos sintomas de humor, ansiedade e nervosismo. Porém, em 1999, Hoffman & cols., de­monstraram o fim das alucinações auditivas por duas semanas ou mais em três pacientes, comparados com três controles que utilizaram estimulação fantasma (placebo).

Em um estudo de 1998, Grisaru demonstrou uma grande melhora dos sintomas da Síndrome de Estresse Pós-Traumático, mensurado pela Escala de Avaliação Clínica Global, porém essa melhora foi transitória e principalmente curta. Esse mesmo pesquisador, no mesmo ano, apresentou resultados demonstrando melhora significativa em pacientes com mania (Grisaru, 1998), com um raciocínio oposto ao da depressão, isto é, estimulação de alta freqüência no hemisfério cerebral direito. Recentemente foi demonstrado que a aplicação de EMT em pacientes com depressão bipolar não aumenta sig­nificativamente o risco de desencadear uma crise de mania (Nahas, 2003).

A EMT tem se mostrado um campo fértil para pesquisas em diversas áreas da psiquiatria, da neurologia e da psicologia clínica, e representa, sem dúvida, um novo paradigma no tratamento de algumas doenças do Campo Psi neste século XXI.

 

Referências bibliográficas

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