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Alzheimer - Estimulação magnética transcraniana pode melhorar déficit de linguagem

Pesquisadores italianos das universidades de Brescia e Turim recorreram à estimulação magnética transcraniana para tratar a anomia de pacientes portadores de doença de Alzheimer. Os resultados sugerem uma nova abordagem no tratamento das disfunções de linguagem provocadas pela doença. O artigo foi publicado na edição de novembro do jornal Archives of Neurology , da American Medical Association.


Diversos estudos de pacientes com lesões cerebrais, baseados em imagens, indicam que as áreas pré-frontais e parietais desempenham um papel importante no processamento dos verbos. Baseados neles, os pesquisadores italianos resolveram testar se a estimulação magnética transcraniana dessas áreas poderia melhorar o quadro de anomia dos pacientes de Alzheimer. A dificuldade de lembrar palavras, que é denominada como anomia, presente em estágios precoces da doença de Alzheimer, costuma ser mais acentuada em relação à nomeação de ações do que de objetos.


Os pesquisadores selecionaram quinze pacientes com declínio cognitivo moderado e diagnóstico provável da doença de Alzheimer, de acordo com os critérios internacionais. Vale lembrar que o diagnóstico definitivo dessa doença só é dado por necropsia cerebral. Antes da estimulação os pacientes foram submetidos a um teste de base, no qual visualizavam desenhos representando ações e objetos e deveriam nomeá-los o mais rapidamente possível. Neste exame prévio o desempenho do grupo para nomear as ações já se mostrou pior.


O experimento com a estimulação incluía a visualização de 70 desenhos, dos quais 35 designavam ações e 35, objetos, todos diferentes dos utilizados na avaliação prévia. Três pontos de estimulação foram testados: o córtex pré-frontal dorsolateral esquerdo; a mesma área à direita; e um ponto "placebo", cuja estimulação não atingia o cérebro. O estudo mostrou que a estimulação dos dois hemisférios foi superior à estimulação "placebo" em todos os pacientes, quanto à nomeação de ações, embora o mesmo não tenha ocorrido em relação à nomeação de objetos.


A estimulação magnética transcraniana pode aumentar ou diminuir a excitabilidade do córtex cerebral, temporariamente, dependendo da freqüência utilizada (inibição com < 1 Hz versus facilitação com > 5 Hz). Esta possibilidade está atraindo o interesse dos pesquisadores em utilizá-la no tratamento dos déficits cognitivos ou de neuropsiquiatria, caso por exemplo do tratamento da depressão. Os autores do estudo sugerem agora que a estimulação repetitiva pode ser testada como uma nova abordagem no tratamento dos déficits de linguagem.



Fonte: Cotelli, Maria MSc et al. Effect of Transcranial Magnetic Stimulation on Action Naming in Patients With Alzheimer Disease . Arch Neurol. 2006 Nov;63(11):1602-4