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1. O que é Estimulação Magnética Transcraniana repetitiva EMTr ?
2. A EMTr está aprovada para tratamento no Brasil?
3. Como é feito o tratamento?
4. Segurança da EMTr
5. Efeitos colaterais da EMTr (rTMS)
6. Freqüência da estimulação da EMTr.
7.Se eu melhorar com a EMTr (TMS) isso significa que ficarei dependente dela?
8. Esses “choquinhos” podem prejudicar meu cérebro?
9.
Eu já estou tratando da depressão com remédios, sinto-me melhor embora
não me sinta normal. Eu posso me beneficiar da EMTr (TMS)? Poderei
manter a medicação e iniciar o tratamento?
10.
Sinto-me bem com os antidepressivos, mas tenho muitos efeitos
colaterais com o remédio. Gostaria de parar com a medicação por causa
desses efeitos, mas tenho muito medo. A EMTr (TMS) pode me ajudar nesse
sentido?
11.
Fiz uma pesquisa e verifiquei que a maioria dos pacientes tratados com
a EMTr (TMS) relata melhora das funções sexuais. Isso significa que
posso me beneficiar da técnica para melhorar meu desempenho?
12. Voces tem certeza absoluta que meu problema vai melhorar?
13. Como é feita a manutenção?
14. Como pesquisar EMTr na internet?
15. Consideracoes futuras sobre a EMTr
1. O que é Estimulação Magnética Transcraniana repetitiva EMTr ?
A
Estimulação Magnética Transcraniana repetitiva EMTr ou rTMS (do inglês
repetitive Transcranial Magnetic Stimulation) é uma técnica
neurofisiológica que permite a indução de um campo magnético no cérebro
de maneira indolor e não invasiva. A EMTr é aplicada colocando uma
espiral metálica envolta em plástico (bobina) sobre a cabeça para
emissão de pulsos magnéticos que atuam sobre o cérebro de maneira
focalizada.
Dependendo da freqüência utilizada, os estímulos podem aumentar ou
diminuir a atividade da área cerebral atingida e, assim, pode-se
aplicar terapeuticamente modulando (equilibrando) o funcionamento
neuronal de acordo com o problema apresentado.
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2. A EMTr está aprovada para tratamento no Brasil? |
A
EMTr vem sendo usada há 20 anos para diversos fins principalmente em
neurologia (investigação neurofuncional, estudo das funções cognitivas,
diagnóstico da transmissão nervosa) e há 10 anos no campo da
psiquiatria, principalmente no tratamento dos quadros de depressão. Em
virtude da facilidade do tratamento e dos resultados obtidos na
depressão - equivalentes aos das demais modalidades, mas com a vantagem
de não apresentar efeitos colaterais, observou-se nos últimos anos a
multiplicação de centros médicos e de pesquisa em estimulação magnética
cerebral nos mais respeitados centros universitários ao redor do mundo.
A EMTr esta aprovada para uso clinico em diversos paises como Estados
Unidos, Canadá, Australia, Israel e inclusive no Brasil.
Quanto à situação legal da EMT no Brasil:
1. A técnica é aprovada para uso clínico conforme diversos
registros dos equipamentos neuroestimuladores na ANVISA (Agência
Nacional de Vigilância Sanitária). O primeiro registro no país ocorreu
em junho de 2000, sob responsabilidade do Dr. Roni Broder Cohen
(Registro: 10304540057 Processo: 25351.000510/00-29, MAGSTIM SUPER
RAPID, THE MAGSTIM COMPANY – INGLATERRA).
2. O CFM a reconheceu como consagrada no arsenal terapêutico
para tratamento da depressao uni e bipolar, alucinacoes auditivas da
esquizofrenia e para planejamento de neurocirurgia em outubro de 2011. Vide resumo do parecer nesse link.
3. A sessão de Estimulação Magnética Transcraniana foi incluída na Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM) em janeiro de 2013 pela Comissão Nacional de Honorários Médicos e Sociedades Brasileiras de Especialidades. Vide link da Resolução Normativa CNHM Nº 013/2013 .
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3. Como é feito o tratamento? |
O
paciente senta-se numa poltrona reclinável e recebe os estímulos
durante aproximadamente 30 minutos, permanecendo acordado e sem
necessidade de uso de medicações. Há um ruído (estalido do tipo
"click") associado com a passagem da corrente através da bobina, mas o
efeito do campo magnético e da indução da corrente no cérebro não é
doloroso. Entretanto, algum desconforto pode ocorrer devido à contração
dos músculos do couro cabeludo ou da ativação dos nervos próximos.
O tempo de tratamento varia de acordo com a patologia (quadro clínico)
e com os diversos centros mundiais. Em casos de grau leve a moderado
são feitas 1 a 2 sessões por semana durante 1 mes. Em casos de
depressão maior grave, seguindo-se a orientação da Escola Médica de
Harvard, são aplicadas 10 sessões consecutivas (uma sessão por dia,
durante 5 dias uteis, intervalo no final de semana, seguindo-se mais 5
sessões). Nos quadros de insonia, transtornos de ansiedade, fobias
sociais, as sessoes podem ser semanais ou quinzenais.
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4. Segurança da EMTr |
A
EMTr (rTMS) é uma técnica segura e não provoca efeitos colaterais
significativos desde que sejam seguidas as normas internacionais de
segurança.
A EMTr (rTMS) é um método praticamente inócuo que pode ser utilizado
com segurança em situações clínicas específicas nas quais o uso de
antidepressivo pode acarretar conseqüências indesejáveis e arriscadas
ou mesmo ser contra-indicado, como, por exemplo, durante a gravidez ou
no pós-parto. Considerando esta questão um recente estudo publicado por
Nahas e cols descreveu o primeiro relato da aplicação da EMTr em
paciente gestante demonstrando sua eficácia, tolerabilidade e
segurança, merecendo posteriores replicações para consolidar o uso da
técnica nesse tipo de paciente. Nahas Z; Bohning DE; Molloy MA; Oustz
JA; Risch SC; George MS. Safety and feasibility of repetitive
transcranial magnetic stimulation in the treatment of anxious
depression in pregnancy: a case report. J Clin Psychiatry 1999
Jan;60(1):50-2
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5. Efeitos colaterais da EMTr (rTMS) |
A
EMT é uma técnica segura e os pulsos simples (com freqüência igual ou
menor que 1 Hz) vem sendo utilizados há 15 anos para fins diagnósticos
e terapêuticos, evidenciando nos vários estudos específicos ser a
técnica isenta de riscos e ter ótima tolerabilidade (veja tópico
relacionado e referências).
A EMTr de baixa freqüência tem ótima tolerabilidade e o único efeito
colateral significativo é cefaléia, que ocorre em 3% dos casos (devido
a contração dos músculos do couro cabeludo) tratada com analgésicos
comuns. A indução de zumbidos ou diminuição transitória da audição pode
ocorrer em 10% dos pacientes, mas esse risco é totalmente eliminado com
o uso de tampões de ouvido.
A EMTr de alta freqüência, entretanto, devido a seu efeito estimulante,
pode predispor à convulsão em indivíduos suscetíveis, se aplicada fora
das margens de segurança preconizadas. Até 1996 havia o relato de 6
casos de crises convulsivas, sem seqüelas clínicas tardias, induzidas
pela EMTr rápida. Em função deste risco, os pesquisadores dos diversos
centros mundiais reuniram-se em Bethesda (EUA) em 1996 e estabeleceram
os limites de parâmetros de estimulação considerados seguros, tais como
intensidade do pulso, freqüência utilizada, número de estímulos e tempo
da sessão. Após a adoção destas regras internacionais não houve nenhum
relato de crise induzida pela EMTr.
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6. Freqüência da estimulação da EMTr. |
A
EMT (TMS) consiste na emissão de pulsos simples a cada 5 a 10 segundos.
A estimulação repetitiva EMTr(rTMS), mais comumente utilizada para fins
terapêuticos, divide-se em dois tipos: EMTr (rTMS) de baixa freqüência
e EMTr (rTMS) de alta freqüência. A freqüência é medida em Hertz (Hz=
ciclos por segundo). Altas freqüências, acima de 1 Hz, chamadas de EMTr
rápida, tem um efeito excitatório (aumentam a atividade, fluxo
sangüineo e o metabolismo cerebral). Baixas freqüências, iguais ou
menores que 1 Hz (no máximo 1 pulso a cada segundo), chamadas de EMTr
lenta, produzem um efeito inibitório.
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7.Se eu melhorar com a EMTr (TMS) isso significa que ficarei dependente dela? |
Não.
Se você melhorar com o tratamento significa que você poderá ter uma
vida normal e devera tomar os devidos cuidados, principalmente nos
primeiros meses, para que a doença não volte. É a mesma coisa se
pensarmos num tratamento de úlcera gástrica ou de uma perna fraturada:
se você retornar a normalidade, sem abusar dos motivos que o levaram a
desenvolver determinada doença que acabou de ser tratada (por exemplo,
pimentas, café e cigarro no caso da úlcera, ou atividades físicas
violentas no caso da fratura), não haverá motivo de achar que você
necessitará para sempre de antiácidos ou que deverá para sempre ficar
com um membro engessado.
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8. Esses “choquinhos” podem prejudicar meu cérebro? |
Embora
muitas pessoas utilizem o termo “choque” ou “choquinho”, na realidade o
impulso magnético não é um choque. A idéia de que o choque é
terapêutico tem origem na eletroconvulsoterapia (eletrochoque), que é
uma modalidade bastante diferente. O que há de comum entre essas
técnicas é que ambas interferem no funcionamento do cérebro através da
eletricidade, mas, no caso do eletrochoque, para se atingir o cérebro
se necessita uma descarga elétrica muito intensa e isso acaba atingindo
diversas áreas e não apenas aquela desejada. O pulso magnético
atravessa os tecidos sem sofrer resistência, portanto não ocorre nenhum
“choque”.
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9.
Eu já estou tratando da depressão com remédios, sinto-me melhor embora
não me sinta normal. Eu posso me beneficiar da EMTr (TMS)? Poderei
manter a medicação e iniciar o tratamento? |
Sim.
Você pode se beneficiar com a EMTr (TMS) e PODE MANTER a medicação
junto com o tratamento. Acontece que se sabe hoje que a depressão não
envolve apenas um neurotransmissor (serotonina, noradrenalina ou
dopamina). As medicações modernas geralmente atuam, principalmente ou
exclusivamente, sobre determinado tipo de neurotransmissor e por isso
induzem a uma melhora, porém nem sempre completa. A EMTr (TMS) ao agir
sobre a região comprometida e estimular a produção de todas as
substâncias desta, induz a um restabelecimento global e assim seu
beneficio é equivalente a como o individuo funcionava antes da doença.
Não há problema em manter a medicação se você assim o desejar, embora
nem sempre haja necessidade. Às vezes, por sensibilizar o cérebro e
torna-lo mais permeável, é necessário reduzir a medicação, pois ela
passa a ser demasiada (desnecessária) no organismo.
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10.
Sinto-me bem com os antidepressivos, mas tenho muitos efeitos
colaterais com o remédio. Gostaria de parar com a medicação por causa
desses efeitos, mas tenho muito medo. A EMTr (TMS) pode me ajudar nesse
sentido? |
Sim.
A medicação muitas vezes promove benefícios, mas nem sempre leva a cura
do problema. Por isso quando se tenta retirá-la o problema volta
completamente. É como se retirar uma muleta antes que o osso esteja
cicatrizado. A EMTr (TMS), ao agir globalmente, permite que o indivíduo
retire a medicação com segurança, sem que haja recaídas. Essa
diminuição ou retirada, entretanto, deverá ser monitorada pelos
profissionais do CBrEMT em paralelo ao profissional que acompanha o
paciente.
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11.
Fiz uma pesquisa e verifiquei que a maioria dos pacientes tratados com
a EMTr (TMS) relata melhora das funções sexuais. Isso significa que
posso me beneficiar da técnica para melhorar meu desempenho? |
A EMTr (TMS) está relacionada com melhora no desempenho sexual por dois
fatores: a depressão é acompanhada por queda da libido, assim a melhora
do quadro é acompanhada da melhora da função sexual. Em segundo lugar,
os antidepressivos interferem negativamente na libido, assim, a
diminuição ou retirada dos mesmos concomitantes ao tratamento com a
EMTr (TMS) são acompanhados de uma melhora. Isso não significa que a
técnica em si possa beneficiar a sexualidade, a menos que condições
como a depressão mascarada ou subclínica estejam presentes.
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12. Vocês tem certeza absoluta que meu problema vai melhorar? |
Não.
Em medicina é impossível afirmar com absoluta precisão a ocorrência de
um fenômeno, pois diversos fatores podem interagir, tornando um
específico caso diferente dos demais. O que constatamos é que a maioria
responde ao tratamento, mas é inviável afirmar que o teu caso, embora
tenha chance de responder como os demais pacientes, será à maioria da
população.
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13. Como é feita a manutenção? |
Depois
da primeira fase do tratamento com a EMTr (rTMS ), as sessões de
manutenção podem ser requeridas para alguns pacientes para impedir a
recaída. A terapia da manutenção consiste tipicamente em média de 5 a
10 sessões do tratamento. Em média, os pacientes retornam para a
terapia da manutenção após 8-12 meses. Isto varia de paciente a
paciente. Um médico da equipe discutirá esta possibilidade com você. A
necessidade para o tratamento da manutenção é avaliada de acordo com
aspectos individuais do paciente. Você será incentivado a contatar
imediatamente o Centro Brasileiro de Estimulação Magnética se você
detectar o retorno de sintomas depressivos. Consulte, por favor, seu
psiquiatra depois da terapia com EMTr a fim facilitar a manutenção do
seu quadro após o tratamento.
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CBrEMT - Centro Brasileiro de Estimulação Magnética Transcraniana |
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Rua Itambé, 341 casa 12 Higienópolis Sao Paulo Capital CEP 01239-001 tel 11 3255 7537
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14. Como pesquisar EMTr na internet? |
Para pesquisar na internet a principal sigla é TMS
Em seguida você encontrará muitas informações com a sigla rTMS
Repetitive transcranial magnetic stimulation
Outros nomes para pesquisar:
rapid transcranial magnetic stimulation
Estimulacao magnetica transcraniana rapida
Há extenso conteúdo também em espanhol, com as seguintes palavras:
Estimulación Magnética Transcraneana
estimulación magnética transcraneal
Estimulación Magnética Repetitiva Transcraneana
estimulación magnética transcraneal repetitiva
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15. Consideracoes futuras sobre a EMTr |
Hoje,
apesar da ação da medicação antidepressiva estar bem estabelecida, a
existência de casos de pacientes com quadros resistentes à medicação
continuam a ter impacto importante na saúde pública. O papel da EMTr
poderia ser fundamental no tratamento de tais pacientes e daqueles que
possuam riscos para TEC (Eletrochoque), ou ainda dos que não toleram os
déficits cognitivos da sessão de TEC. A EMT pode, ainda, ser útil com
uma terapia aditiva às terapias medicamentosas existentes [Conca et al,
1999].
A EMTr é uma nova técnica com grande potencial de aperfeiçoamento. O
seu uso tem a possibilidade de ser ampliado, podendo ser usada para
estudar as funções cognitivas, como a função visual [Pascual-Leone et
al, 1999], para avaliar as vias corticoespinais e ainda, ser valiosa no
estudo de doenças neurológicas, como esclerose múltipla e mielopatias
[Rossini, 1998].
A EMTr é uma nova fronteira para a psiquiatria: uma ferramenta
terapêutica ao invés de diagnóstica. A Estimulação Trancraniana
Magnética tem um perfil minimamente invasivo e os efeitos adversos são
de baixo significado clínico. Apresenta ainda baixos custos quando
comparado a outras técnicas, como, por exemplo, o TEC. Por essas
razões, a EMT pode se tornar uma alternativa mais precocemente
utilizada para o tratamento de depressão maior. Estudos duplo-cego
adicionais, ainda são necessários, antes dessa sugestão se tornar uma
recomendação clínica específica. Fregni F, Pascual-Leone A*
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Onde obter mais informações? |
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Veja essa lista Websites de grupos trabalhando com TMS
Excelente reportagem sobre EMTr em portugues
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